terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fragmentos de história do Jeans

Em 1845 chega aos
Estados Unidos um imigrante judeu da Bavária região central da Alemanha chamado Levi Strauss, trazendo em sua bagagem um tecido forte e resistente, a lona, que era oferecido aos garimpeiros para fabricação de tendas de campanha e coberturas de vagões de minérios.
Com um grande estoque de lonas e com o mercado saturado, Strauss observou que devido à grande exigência física no trabalho das minas, os mineradores tinham que substituir freqüentemente as roupas utilizadas, o que os levava a um grande gasto, então confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía, disponibilizou-as aos mineradores e o sucesso foi imediato.

As primeiras calças eram tão grossas que quase ficavam em pé sozinhas, mais tarde foram sendo aperfeiçoadas para atender as necessidades dos garimpeiros. Por volta de1890 Strauss usou uma planta indiana chamada índigo para tingir o brim cru, planta que na época era usada para tingir a lã, assim o tecido ganhou o nome índigo e a coloração azulada que usamos até hoje no blue jeans.
Com o Grande sucesso do Jeans Strauss logo teve um concorrente, Henry David Lee um grande fabricante de alimentos que de inicio criou um macacão usando o denim, para uso de seus empregados na produção como uniforme, foi um sucesso. Em 1926 Lee iniciou sua produção com denim e trazendo uma grande novidade o uso de zíperes nas calças.
Mais tarde os vaqueiros do Oeste Americano descobriram as calças de denim, estas eram suficientemente resistentes há horas em cima do lombo de um cavalo. Os cowboys adotaram o jeans e o cinema explorou os novos ídolos lançando modismos.

Após a segunda guerra os jovens passam a viver em conflitos patriarcais e culturais, as mulheres aprenderam usar calças e aderiram ao jeans urbano, numa forma de atitude libertadora e o Jens se torna símbolo de juventude. Na década de 50 com o surgimento do cinema, encabeçado por James Dean e Marlon Brando, a roupa começou a associar-se ao conceito de juventude rebelde, conquistando este público.



Cowboys do asfalto com suas Harley-Davidsons aterrorizavam a Califórnia. Elvis Presley em 1957 já usava seu jeans, e desde então rock e jeans são inseparáveis. Novas modelos como Marilyn Monroe e Jayne Mansfield também usavam jeans apertado para mostrar como uma trabalhadora tradicional poderia ser sexy. O Jeans vira moda e passa a ser usado pelos jovens com camiseta e jaqueta de couro.

Já na década de 60 o jeans é usado na maioria pelo publico jovem, embalados pelo rock in roll revolucionando o mundo e chocando os tradicionalistas com seus movimentos irreverentes. Na década de 70 o movimento hippie propunha a paz e a liberdade, desprezavam a roupa limpa e arrumada, e adotavam o jeans, pois não era caro e também eram funcionais, essas atitudes eram sinal de descomprometi mento com o sistema político social. Surge também nessa época a moda unissex, jaquetas e calças jeans viraram febre para uma juventude independente que se reunia e celebrava seu estilo de vida em festivais de rock como Woodstock e Monterey, o sonho de paz e amor diluem-se com o tempo, mas o jeans permanece forte.
Ainda na década de 70 Calvin Klein foi o primeiro estilista a colocar o jeans na passarela causando choque e indignação aos mais conservadores. Esta atitude, no entanto, foi logo seguida pelos demais e o jeans definitivamente conquistou seu espaço na sociedade.
No inicio da década de 80, estilistas japoneses como Kenzo, Issey Miyake e Rei Kawakubo, invadem a moda Européia e quebram os padrões pré-estabelecidos das formas, introduzindo padrões exagerados e usando o tecido do jeans em suas coleções. A lycra explode no mercado fazendo composição com o jeans fashion, com formas ajustadas ao corpo explorando a feminilidade e sexualidade, da mulher quem tem como exemplo a cantora Madona.
Na década de 90 a tecnologia dos tecidos cria as microfibras e os tecidos inteligentes tornando as roupas mais praticas e confortáveis. O homem volta a usar peças mais justas e se permite ser vaidoso. A mulher é dinâmica, executiva e sensual, trabalha lado a lado com o homem e até chefiando a família e a empresa. No Brasil os jovens vão as ruas pedir o impeachment do presidente Collor, com a cara pintada vestindo camiseta e jeans.
Ao longo dos anos o jeans passou de signo de trabalho para um signo social, transformou na roupa mais usada e vendida no mundo todo. No mundo fashion o jeans já passou por varias transformações de modelagem, mas sem nunca perder o caráter do jeans. Nenhum outro tecido conseguiu sobreviver a tantas mutações estilísticas e sociais, eleito o material mais manejado nos últimos 150 anos o jeans escreveu sua historia lado-a-lado com a moda, esteve presente em todas as décadas mudando conceitos expressando sentimentos, sempre jovem, sempre jeans.

Post: Fernanda Moura Design Imagens: Web

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